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A capela da Arrifana
Aguarela sobre papel
15,5 x 21,5 cm
 Museu de José Malhoa
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A rua que se estreita em perspectiva é ladeada por um velho muro assinalado por difusas manchas esbatidas de cor escura, entre os quais sobressaem algumas tonalidades de verde.
À excepção de uma vaga figura feminina que se afasta no espaço, o local aparenta estar envolto num calmo isolamento. Até mesmo na pequena capela que revela a usura do tempo, se nota a ausência de fiéis.
Todavia uma indefinível atmosfera desprende-se da imagem da velha rua cujas habitações acusam uma visível decrepitude. Na representação pictórica deste simples aglomerado de casas e de uma humilde capela, poderá estar implícita, numa tácita e imperceptível mensagem, a visão do artista que sempre defendeu certos princípios da existência. É como se a aldeia fosse, simbolicamente, depositária de modos de vida baseados na tranquilidade e no respeito por valores que desapareceram no redemoinho da civilização da grande urbe.
Maria Lucília Abreu
in Roque Gameiro - O Homen e a Obra, ACD Editores, 2005
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